Aracy estava internada na Clínica São Vicente, na Gávea, na Zona Sul do Rio de Janeiro


A atriz Aracy Balabanian — a icônica Dona Armenia de "Rainha da Sucata" e a impagável Cassandra de "Sai de Baixo", morreu aos 83 anos na manhã desta segunda-feira (07).

A atriz estava internada na Clínica São Vicente, na Gávea da Zona Sul do Rio de Janeiro. A causa de sua morte não havia sido divulgada até a última atualização desta matéria.

Filha de imigrantes armênios, ela nasceu em 22 de fevereiro de 1940 em Campo Grande, em Mato Grosso do Sul. Aracy se reconheceu como atriz aos 12 anos de idade, já morando na cidade de São Paulo com a família. Ela foi levada pelas irmãs mais velhas para assistir a uma peça de Carlo Goldoni com a companhia de Maria Della Costa.

"Eu chorei muito. Estava emocionada porque era aquilo que eu queria. É muito difícil para uma criança de 12 anos, ainda mais naquela época, querer ser atriz e já perceber que ia ter muitas dificuldades", disse Aracy ao Memória Globo.

Para realizar o sonho de estar nos palcos, a menina teve que driblar a rejeição do pai, que era contra a filha seguir a carreira.

Aracy deu vida a diversos personagens que ficaram marcados na memória do público. Entre eles estão Gabriela, do programa infantil "Vila Sésamo", em 1973. A atriz então passou dois anos trabalhando na Rede Manchete. Lá, entre 1986 e 1988, ela integrou o elenco das novelas "Mania de Querer" e "Helena".

No ano de 1989, a atriz voltou a Globo interpretando Maria Fromet em "Que Rei Sou Eu?". Em 1990, conquistou o país com a Dona Armênia, de "Rainha da Sucata", mãe controladora de três filhos. Ela emprestou o sotaque e alguns costumes armênios da família à trama. O personagem fez tanto sucesso que voltou em "Deus nos Acuda", de 1992.

"Minha mãe era uma mulher toda aplicada, mas nós tínhamos uma vizinha que falava muito alto, que se metia na vida de todo mundo. Então, eu fiz um pouco assim. Foi uma loucura o sucesso da personagem", disse Aracy.

A atriz interpretou a manipuladora Filomena em "A Próxima Vítima", de 1995. A consagração veio também com Cassandra, em "Sai de Baixo", de 1996 — Ela vivia uma socialite decadente.

"Eu me vi fazendo uma coisa que é o sonho de todo ator: teatro e televisão, ao mesmo tempo. Só que era um espetáculo ensaiado em uma tarde", contou Aracy ao Memória Globo.